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quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Alegoria da Caverna

Convite à Filosofia - Marilena Chauí



Para refletir



          Imaginemos uma caverna subterrânea onde, desde a infância, gerações após gerações, seres humanos estão aprisionados. Suas pernas e seus pescoços estão algemados de tal modo que são forçados a permanecer sempre no mesmo lugar e a olhar apenas para a frente, não podendo girar a cabeça nem para trás nem para os lados. A entrada da caverna permite que alguma luz exterior ali penetre, de modo que se possa, na semi-obscuridade, enxergar o que se passa no interior.
Na frente da caverna foi erguida uma mureta, como se fosse a parte fronteira de um palco de marionetes. Ao longo dessa mureta-palco, homens transportam estatuetas de todo tipo, com figuras de seres humanos, animais e todas as coisas em frente de uma imensa e alta fogueira externa. Entre ela e os prisioneiros - no exterior, portanto - há um caminho ascendente ao longo do qual era preciso subir para se chegar a luz da fogueira.           
Sem poderem ver as próprias estatuetas, nem os homens que as transportam, os prisioneiros enxergam na parede do fundo da caverna as sombras das estatuetas transportadas. Como jamais viram outra coisa, não podem saber que são imagens (estatuetas de  coisas), nem que há outros seres humanos reais fora da caverna. Também não podem saber que enxergam porque há a fogueira e a luz no exterior e imaginam que toda a luminosidade possível é a que reina na caverna., os prisioneiros imaginam que as sombras vistas são as próprias coisas. Ou seja, não podem saber que são sombras.
Que aconteceria a esses seres humanos, se decidissem explorar fora da caverna, a mureta, as estatuetas e a fogueira. Embora dolorido pelos anos de imobilidade, começaria a caminhar, dirigindo-se à entrada da caverna e, deparando com o caminho ascendente, nele adentraria., indaga Platão, se alguém libertasse os prisioneiros? Que faria um prisioneiro libertado? Em primeiro lugar, olharia toda a caverna, veria os outros. Num segundo momento com a claridade, veria os homens que transportam as estatuetas e, prosseguindo no caminho, enxergaria as próprias coisas, descobrindo que, durante toda sua vida, não vira senão sombras de imagens (as sombras das estatuetas projetadas no fundo da caverna) e que somente agora está contemplando a própria realidade., ficaria completamente cego, pois a fogueira na verdade é a luz do sol e ele ficaria inteiramente ofuscado por ela. Depois, acostumando-se libertado e conhecedor do mundo, o prisioneiro regressaria à caverna, ficaria desnorteado pela escuridão, contaria aos outros o que viu e tentaria libertá-los. Que lhe aconteceria nesse retorno: caçoadas, tentariam espancá-lo e, se mesmo assim, ele teimasse em afirmar o que viu e os convidasse a sair da caverna, certamente acabariam por matá-lo. Mas, quem sabe, alguns poderiam ouvi-lo e, contra a vontade dos demais, também decidissem sair da caverna rumo à realidade.? Os demais prisioneiros zombariam dele, não acreditariam em suas palavras e, se não conseguissem silenciá-lo com suas palavras o mataria.


Responder baseado no que entendeu do texto



O que é a caverna?

Que são as sombras das estatuetas?

Quem é o prisioneiro que se liberta e sai da caverna?

O que é a luz exterior do sol?

O que é o mundo exterior?

Qual o instrumento que liberta o prisioneiro e com o qual ele deseja libertar os outros prisioneiros?  

O que é a visão do mundo real iluminado?

Por que os prisioneiros zombam, espancam e matam quem sai da caverna?

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